domingo, 18 de dezembro de 2011
Recomeço
segunda-feira, 25 de julho de 2011
Inevitável
Ana aproveitava os carinhos do mundo
Os quatro elementos de tudo
Deitada diante do mar
Que apaixonado entregava as conchas mais belas
Tesouros de barcos e velas
Que o tempo não deixou voltar
Onde já se viu o mar apaixonado por uma menina?
Quem já conseguiu dominar o amor?
Por que é que o mar não se apaixona por uma lagoa?
Porque a gente nunca sabe de quem vai gostar
Todo sopro que apaga uma chama
Reacende o que for pra ficar
segunda-feira, 23 de maio de 2011
Somos espelhos. Espelho que reflete a imagem de quem nos olha. Cada qual observa no outro nada mais do que aquilo que nega ver em si próprio. E isto nada tem a ver conosco, apenas somos reflexos dos olhos que nos observam.
quarta-feira, 4 de maio de 2011
Nada de novo embaixo do sol
E se um dia ou uma noite um demônio se esgueirasse em tua mais solitária solidão e te dissesse: "Esta vida, assim como tu vives agora e como a viveste, terás de vivê-la ainda uma vez e ainda inúmeras vezes: e não haverá nela nada de novo, cada dor e cada prazer e cada pensamento e suspiro e tudo o que há de indivisivelmente pequeno e de grande em tua vida há de te retornar, e tudo na mesma ordem e sequência - e do mesmo modo esta aranha e este luar entre as árvores, e do mesmo modo este instante e eu próprio. A eterna ampulheta da existência será sempre virada outra vez - e tu com ela, poeirinha da poeira!". Não te lançarias ao chão e rangerias os dentes e amaldiçoarias o demônio que te falasses assim? Ou viveste alguma vez um instante descomunal, em que lhe responderías: "Tu és um deus e nunca ouvi nada mais divino!" Se esse pensamento adquirisse poder sobre ti, assim como tu és, ele te transformaria e talvez te triturasse: a pergunta diante de tudo e de cada coisa: "Quero isto ainda uma vez e inúmeras vezes?" pesaria como o mais pesado dos pesos sobre o teu agir! Ou, então, como terias de ficar de bem contigo e mesmo com a vida, para não desejar nada mais do que essa última, eterna confirmação e chancela?" NIETZSCHE, Friedrich. A Gaia Ciência.
Amamos ou não amamos a vida? Se tudo retorna - o prazer, a dor, a angústia, a guerra, a paz, a grandeza, a pequenez — se tudo isso retorna, isto é um dom divino ou uma maldição? Amamos a vida a tal ponto de a querermos, mesmo que tivéssemos que vivê-la infinitas vezes sem fim? Sofrendo e gozando da mesma forma e com a mesma intensidade? Seríamos capazes de amar a vida que temos - a única vida que temos - a ponto de querer vivê-la tal e qual ela é, sem a menor alteração, infinitas vezes ao longo da eternidade? Temos tal amor ao nosso destino?
terça-feira, 3 de maio de 2011
Seria eu uma antiga alma poeta presa nos pensamentos de filósofos póstumos?
Deus está morto! Deus permanece morto! E quem o matou fomos nós! Como haveremos de nos consolar, nós os algozes dos algozes? O que o mundo possuiu, até agora, de mais sagrado e mais poderoso sucumbiu exangue aos golpes das nossas lâminas. Quem nos limpará desse sangue? Qual a água que nos lavará? Que solenidades de desagravo, que jogos sagrados haveremos de inventar? A grandiosidade deste acto não será demasiada para nós? NIETZSCHE, Friedrich. A Gaia Ciência, §125.
segunda-feira, 2 de maio de 2011
quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011
domingo, 12 de dezembro de 2010
A minha maior verdade
sexta-feira, 3 de dezembro de 2010
Amizade e/é querer bem
terça-feira, 30 de novembro de 2010
Caráter
Percebo agora o quão difícil, ou melhor, a semi-impossibilidade de se mudar o caráter. Entendo-o, agora, como se fosse um norte da fonte de energia psíquica. Isto porque qualquer alteração da direção desse Norte pode desestruturar tudo que foi construído. Não ter coragem de se erguer de maneira digna, soa até hilário quando as pilastras que os mantêm em pé são feitas de palha. Podendo desmoronar com qualquer brisa...
domingo, 28 de novembro de 2010
O inverno de Anna
terça-feira, 23 de novembro de 2010
Companhia, dogmas e solidão no liquidificador
sábado, 20 de novembro de 2010
Maturidade x Erros : uma luta sem campeões, a não ser a amizade
Várias vezes, a maior parte de nós deseja tomar uma atitude diferente da que geralmente toma em muitas situações da vida. Nem sempre, no entanto, as coisas saem como planejado.
Maturidade reflete controle impreciso sobre si mesmo. Mas quem dirá que não se trata de um hábito de reações naturais, em que o que antes era temeroso ou estranho, passa a não importar mais. Não se trata só de sinônimo da vida adulta, mesmo porque isso pode significar muitas e muitas coisas diferentes.
Acreditamos em verdades. Mas ao pensar que se trata de uma questão aberta, em que muitos profetizam qual o caminho a ser seguido, taxando-o de"certo ou errado", como se houvesse fórmula universal perfeita para todos os humanos, facilmente veremos que "a tal verdade" não existe. Ouso em dizer que não existe sequer este certo e errado, e imagino que agora vc deve estar criando um pensamento de "o que acabei de ler está certo/errado". Pois é, não é fácil nos distanciar do julgamento.
Sinceramente, a ausência de regras é muito atraente. Pessoas que possuem uma lógica própria e não simplesmente aquela estampada em livros de psicologia. O ser humano é diversidade. As pessoas tendem a distanciar do diferente por receio de que o "desconhecido" venha a dar um bote quando menos esperar.
Ontem, disseram-me que percebemos que gostamos de alguém, não por suas qualidades, mas por seus defeitos. O pior é que isto não é insano. Senão, vejamos: existem certas características que somos extremamente intolerantes, mas sempre existirá aquela(s) pessoa(s) que tem tantos defeitos quanto você, mas isto não se torna o cerne do relacionamento, não se trata de ser apenas suportável, mas, simplesmente, você tem paciência (de entender ou seja lá o quê) e principalmente existe a sintonia de trocas . Sintonia, pela necessidade de algo compatível, e troca, pela necessidade de crescimento mútuo. Aquilo que não lhe acrescenta e não permite que você acrescente, não merece que lhe façamos parte = Reunindo todas essas característica, dá-se o que eu chamo de amizade, que por sinal é a base de todos os tipos de relacionamento.
A lógica da vida é essa simplicidade de permitir agir de acordo com seus princípios. Até porque, na real, não existe conceito absoluto, somos e sempre seremos uma obra interminável, em constante construção. Então, nos permitamos errar, sem essa presunção de perfeição, até porque, se o objetivo é alcançar a perfeição, certamente, a natureza humana não seria o bioma mais adequado para sua consecução . ;)*
ficou maior que imaginava, mas vai assim mesmo ^^.
terça-feira, 16 de novembro de 2010
Xeque-Mate
segunda-feira, 15 de novembro de 2010
No limiar da potência
quinta-feira, 11 de novembro de 2010
terça-feira, 9 de novembro de 2010
Clarice
Perdi alguma coisa que me era essencial, e que já não me é mais. Não me é necessária, assim como se eu tivesse perdido uma terceira perna que até então me impossibilitava de andar, mas que fazia de mim um tripé estável. Essa terceira perna eu perdi. E voltei a ser uma pessoa que nunca fui. Voltei a ter o que nunca tive: apenas as duas pernas. Sei que somente com duas pernas é que posso caminhar. Mas a ausência inútil da terceira me faz falta e me assusta, era ela que fazia de mim uma coisa encontrável por mim mesma, e sem sequer precisar me procurar.
É difícil perder-se. É tão difícil que provavelmente arrumarei depressa um modo de me achar, mesmo que achar-me seja de novo a mentira de que vivo. Até agora, achar-me era já ter uma idéia de pessoa e nela me engastar: nessa pessoa organizada eu me encarnava, e nem mesmo sentia o grande esforço de construção que era viver. A idéia que eu fazia de pessoa vinha de minha terceira perna, daquela que me plantava no chão.
Se tiver coragem, eu me deixarei continuar perdida. Mas tenho medo do que é novo e tenho medo de viver o que não entendo – quero sempre ter a garantia de pelo menos estar pensando que entendo, não sei me entregar à desorganização.
Como é que se explica que o meu maior medo seja exatamente em relação: a ser? E no entanto, não há outro caminho.
Começo
segunda-feira, 8 de novembro de 2010
Pagando para ver
(Clarice Lispector)
sexta-feira, 5 de novembro de 2010
Minhas sinfonias são inéditas e próprias do meu ser
A música me oferece, de volta da praia, um mundo insuspeitado de ampla liberdade – as notas são todas disponíveis e abrem os caminhos à noção de que tudo era lícito, e que se poderia ir a qualquer lugar desde que fosse inteiro. Subitamente, a música oferece a sensação de que até um sonho inseguro era seguro.
Sabes, a flor nunca sabe que é flor e isto é o que a torna ainda mais fascinante. Assim somos nós.
quinta-feira, 4 de novembro de 2010
Tempo
Isso vai passar
terça-feira, 2 de novembro de 2010
Muitos mundos no mundo
segunda-feira, 1 de novembro de 2010
Deixemo-nos ser Livres
E você também
Me permita ser o seu espelho esta noite
Como quem sabe no fundo
Que não há distância neste mundo
Pois somos todos uma só alma
Somos livres e não possuímos
as pessoas
Temos apenas o amor por elas
e nada mais
E é preciso ter coragem para
ser o que somos sustentar
uma chama no corpo sem deixar
a luz se apagar
É preciso recomeçar no caminho
que vai para dentro
vencendo o medo imaginado
assegurar-se no inesperado
confiando no invisível
desprezando o perecível
na busca de si mesmo
Ser o capitão da nau
no mais terrível vendaval
na conquista de um novo mundo
mergulhar bem fundo
para encontrar nosso ser real
E rir pois tudo é brincadeira
Que cada drama é só nosso
modo de ver
Aquilo que estamos criando
Com nosso poder de crer
O mito da Caverna de Platão: Versão de Maurício de Souza
quinta-feira, 28 de outubro de 2010
Fugindo
Eu não sei sonhar
terça-feira, 26 de outubro de 2010
Ante o direito da crítica, o dever de superação.
Nunca se protele o ato de questionamento quando se é jovem, nem canse o fazê-lo quando se é velho, pois que ninguém é jamais pouco maduro nem demasiado maduro para conquistar a saúde da alma. E quem diz que a hora de filosofar ainda não chegou ou já passou assemelha-se ao que diz que ainda não chegou ou já passou a hora de ser feliz.
Somos seres sedentos pelo crescimento, em constante e intermináveis mutações. Deixemo-nos vir, então, o tempo de mudanças...