terça-feira, 3 de maio de 2011

Seria eu uma antiga alma poeta presa nos pensamentos de filósofos póstumos?


Frase de motivação:

Deus está morto! Deus permanece morto! E quem o matou fomos nós! Como haveremos de nos consolar, nós os algozes dos algozes? O que o mundo possuiu, até agora, de mais sagrado e mais poderoso sucumbiu exangue aos golpes das nossas lâminas. Quem nos limpará desse sangue? Qual a água que nos lavará? Que solenidades de desagravo, que jogos sagrados haveremos de inventar? A grandiosidade deste acto não será demasiada para nós? NIETZSCHE, Friedrich. A Gaia Ciência, §125.

Minha interpretação sobre o pensamento de Nietzsche:

Para mim, Deus falecera ofuscado pela ignorância do homem. De fato, se fosse uma mera afirmação ateísta, seria mais fácil ter afirmado que Deus nunca existira. Portanto, entendo que Nietzsche quis revelar muito mais que uma simples negação de sua existência. Divido seu significado em duas perspectiva:

* Objetiva : Os valores morais e religiosos são utópicos. São ditos lendários que nunca são respeitados, a começar pelos seus maiores difusores. A humanidade caminha para a ausência de valores. Como o estimulo do homem é alcançar o poder, inclusive o poder sobre sua vida, a morte de Deus é de um lado uma ousadia para que nos tornemos donos de nós mesmos, e de outro lado é o nosso fim, pois a ausência de regras morais trará consequências "demasiadas para nós". Pois, se cada um for governado somente pelo seu ímpeto, cada ser humano seria, na verdade, um conjunto próprio de regras que colidiriam, invariavelmente, com os outros. Mesmo quando a regra é não haver regra, ninguém duvida que nos sujeitaremos sempre à Regra da Ação e Reação.

* Subjetiva : Significa que os encargos dos homens devem pertencer aos homens. E a crença humana é ilusória. Como a morte pressupõe uma vida anterior, o assassinato de Deus seria o maior marco de sua vida, criatura que se volta contra o criador em busca de liberdade. A ausência de Deus, confortaria a presença demasiada de si mesmo.

Assim, a morte de Deus abriria caminho para novas possibilidades humanas. Os homens, não mais procurando uma realidade sobrenatural, poderiam começar a reconhecer o valor em si mesmo, ou a sua ausência de valor, de acordo com a carga moral de cada um. Seria então um valor sem regras pré-estabelecidas. Assumir a morte de Deus seria livrar-se do peso do passado e assumir a liberdade, tornando-nos Nós mesmos os nossos deuses.





Um comentário:

Jéssica Caparica 4 anos depois disse...

Que herege minha postagem hehehe